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Novas ferramentas mudam rotina contábil
A rotina contábil e fiscal das empresas vive uma etapa de transformações intensas.
Enquanto muitas empresas colocam suas equipes de TI no desenvolvimento de softwares, outras optam por terceirizar. O seminário apresentou o trabalho prestado pela Sispro Serviços e Tecnologia junto a duas companhias, a Mundial e o Banrisul. Além do produto desenvolvido para atender aos clientes, a Sispro disponibiliza consultores que acompanham a implantação, orientando sobre as melhores práticas e oferecendo toda a sua estrutura de datacenter por meio do chamado Sped Birô, conforme explicou o gerente de consultoria da empresa, Regis Luis Brião de Souza.
A rotina  contábil e fiscal das empresas vive uma etapa de transformações intensas. O  Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), composto pela Escrituração  Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD) e a Nota Fiscal  Eletrônica (NF-e) é cada vez mais presente. Para um grande número de  contribuintes de diferentes segmentos econômicos, a NF-e e o Sped Contábil já  são realidade. 
A implantação desses sistemas mostrou-se uma tarefa  árdua. O papel do profissional de contabilidade, em meio a todas as novas  tecnologias e obrigações, é o de ser a interface entre o Estado e a economia,  entre o contribuinte e as administrações públicas. 
Com o intuito de  analisar os problemas e permitir a troca de experiências, o Conselho Regional de  Contabilidade (CRC-RS) promoveu na semana passada em Porto Alegre o Seminário  Sped e NF-e, com a participação de representantes dos fiscos estadual e federal,  empresas e contadores. O objetivo, segundo o vice-presidente de Relações  Institucionais Pedro Gabril, foi promover a atualização da classe. “O contador  que não fizer o uso da Tecnologia da Informação (TI) e outros meios está fadado  ao insucesso. Os escritórios devem estar equipados com as ferramentas atuais,  ligados ao restante do mundo”, diz. 
Aproximadamente 300 pessoas  acompanharam os painéis que abordaram a visão dos governos e dos contadores  sobre a NF-e e o Sped, seguido da apresentação do relato de empresas que  implantaram os sistemas. Entre os palestrantes, um consenso: as dificuldades  foram inúmeras no processo, realizado muitas vezes às vésperas do início da  obrigatoriedade de entrega dos dados.
As vantagens do Sped foram  destacadas pelo auditor fiscal da Receita Federal Márcio Fellicori Tonelli.  Diversos setores e entidades, entre as quais o Conselho Federal de Contabilidade  (CFC) e a Fenacon participaram do desenvolvimento do projeto. Supervisor técnico  do Sped Contábil em Minas Gerais, Tonelli enfatizou os ganhos que o sistema  trouxe não só ao governo como também aos contribuintes. O envio dos dados em  meio digital proporcionou a melhora na qualidade das informações repassadas,  tornando o novo arquivo mais importante na comparação com o papel. “A empresa  passa a ter certeza de que a contabilidade é feita seguindo os requisitos  mínimos dessa ciência. Pontos simples como a questão de os débitos baterem com  os créditos agora podem ser verificados, o que não ocorria anteriormente com  precisão”, explica o auditor.
Terceirizar serviço pode ser alternativa
Mais uma vez, a atenção ao prazo foi destacada pelos palestrantes.  “Começamos o processo de envio das informações do Sped Contábil dois dias antes  da data final, reunindo assinatura eletrônica e outros dados. Por experiência,  não deixem para a última hora, pois sempre pode faltar uma guia para pagar ou  algo a confirmar”, aconselhou o gerente de Controladoria da Mundial Cristiano  Geraldo Mohr. 
Também o Banrisul, que envolve não só o banco mas as  outras unidades do grupo - empresa de consóricios, corretora de valores,  Armazéns Gerais e Banrisul Serviços - optou por uma solução pronta no mercado  para envio dos dados. O grupo decidiu contratar uma segunda empresa, esta para  elaborar um relatório de tudo o que seria solicitado dentro do Sped, comparando  com o serviço prestado pela Sispro. De acordo com Isaac Boeira de Oliveira,  gerente-executivo da unidade de Contabilidade do Banrisul, a atuação em duas  frentes foi um grande facilitador, pois ao final de 2008 o grupo já sabia todos  os problemas que enfrentaria. 
No caso do banco, o atendimento às  exigências do Sped representou um grande trabalho. “Se não houvesse empenho  interno e externo, não teríamos vencido o prazo legal para enviar os dados do  Sped, que era até as 20h do dia 30 de junho. Nosso último arquivo foi  transmitido às 20h09min”, comemorou Oliveira.
Governo prepara segunda geração da NF-e
Os anos de  2009 e 2010 são cruciais para o uso da Nota Fiscal Eletrônica. Em setembro,  aproximadamente 50 novos segmentos econômicos passam a adotar a emissão do  documento. A partir do ano que vem, a Receita Federal expandirá a  obrigatoriedade. A chamada massificação da NF-e contemplará todas as operações  interestaduais, vendas realizadas pelo serviço público, comércio atacadista e  indústria. 
Está prevista ainda a entrada em vigor da segunda geração da  NF-e. Segundo Álvaro Bahia, coordenador técnico Nacional do Projeto, o novo  documento trará ainda mais benefícios para os contribuintes e Fisco. Trata-se de  uma evolução do atual modelo, onde será implementada a confirmação do  recebimento pelo destinatário. Com isso será reduzida uma das principais fraudes  ocorridas no Brasil com a NF-e: a simulação de operação interestadual para o  pagamento de um diferencial de alíquota inferior, como se a comercialização  tivesse sido realizada no mercado interno. 
De acordo com Bahia, os  contadores têm papel fundamental. O profissional assume uma responsabilidade  maior. Ao receber tanto o documento fiscal eletrônico quanto o auxiliar, ele tem  a obrigação de verificar se o segundo, que acompanhou a mercadoria, realmente  espelha a informação contida na NF-e. “O contador passa a ter a responsabilidade  direta no processo de escrituração contábil e fiscal do seu cliente e  contribuinte do Fisco”, afirmou. 
Usuária da Nota Fiscal Eletrônica desde  o ano passado, a Coca-Cola Pernambuco foi o case apresentado no seminário. A  companhia emite oito mil notas por dia, chegando a 14 mil ao dia em dezembro. As  vendas são feitas para Pernambuco, Paraíba e parte da Bahia. 
Fernando  Augusto Gomes de Campos, gerente de Sistemas da unidade de Guararapes relatou os  principais entraves enfrentados. Campos aconselha aos empresários que ainda não  estão obrigados a emitir a NF-e que iniciem o quanto antes a implantação e  testes. No caso do grupo, foram 45 dias entre a instalação do software e o  início da obrigatoriedade. “No primeiro dia de operação, tínhamos caminhões  cheios de mercadorias dentro do pátio, o que representa perda de dinheiro.” Além  de treinar o pessoal interno, a Coca-Cola capacitou a equipe de vendas e  motoristas, pois são eles que entregam a nota ao cliente.
Sped é instrumento de gestão fiscal
Enquanto  muitos contribuintes veem a entrega do Sped como um fardo, no grupo Telefônica o  sistema é tido como um instrumento de gestão fiscal. O gerente de Projetos  Fiscais e Contábeis da Telefônica, Gilson Ramos, considera o Sped uma etapa da  área fiscal e não um tema tributário apenas. “O Sped dá segurança ao  administador no envio das informações”, afirmou. 
A Telefônica integra o  grupo de empresas que participa do projeto-piloto para a emissão da nota fiscal  eletrônica no estado de São Paulo. No caso do setor de comunicações e energia  elétrica, o documento diverge do emitido pela indústria e comércio. Com onze  milhões de clientes e cerca de 15 milhões de notas fiscais impressas  mensalmente, projeto busca eliminar a via em papel. “O modelo de NF-e no nosso  setor, da mesma forma que o desenvolvido para a comercialização de mercadorias,  torna-se inviável. O volume de emissões é muito grande”, explicou Ramos.  
A agência reguladora dos serviços de comunicações, no caso a Anatel,  determina que o cliente receba sua conta no mínimo sete dias antes da data de  pagamento. De acordo com Ramos, os dados que deveriam ser repassados pelas  companhias à Sefaz são muitos, tornando necessária a criação de alternativas que  permitam viabilizar a NF-e no segmento. Uma saída encontrada, ainda em testes, é  a autenticação das notas fiscais por lotes e não por unidades. 
Ramos  defendeu a participação de todos os setores no desenvolvimento do projeto Sped.  “Sem apoio financeiro e da diretoria, surgirão problemas para executar as novas  obrigações. Esse será o primeiro setor com o qual bateremos de frente ao tentar  implantar o sistema”, argumentou.
União entre setores é fundamental
A implantação  do Sped e de suas três vertentes - ECD, EFD e NF-e - deve incluir o envolvimento  de diversos setores da empresa. A tarefa não cabe apenas aos profissionais do  departamento contábil e fiscal, mas também à área de tecnologia e até a  administração das empresas. Conforme o contador e sócio da Rokembach & Cia  Auditores Luis Antônio Ilha Villanova a integração entre os diferentes  departamentos é uma chave de sucesso para que a empresa tenha a correta entrega  dos seus arquivos eletrônicos. 
A gerente de Relacionamento da Alliance  Consultoria Dulce Siqueira considera essencial que as empresas invistam não só  nas ferramentas mas também em capacitação para mapear os requerimentos legais  exigidos. A Alliance desenvolve produtos de solução fiscal voltados às  obrigações e oferece serviço de consultoria. Uma das companhias atendidas é o  grupo Telefônica. 
Segundo Villanova, os contadores encontraram diversas  dificuldades na implantação da NF-e na primeira entrega do Sped, finalizada em  junho. O principal motivo foi que muitas deixaram para reunir os dados próximo  ao término da data, o que gerou correria. Além disso, foram relatadas inúmeras  dúvidas sobre colocar ou não a demonstração contábil no arquivo do Sped, seguir  a numeração do livro do ano anterior etc. “Se o livro diário é o 31, o próximo  será o 32; não recomeça do zero, segue a numeração. Só mudou o meio, sai do  papel e passa a ser em meio eletrônico”, explicou. Todas as situações relatadas  agora, tanto de dificuldades quanto de sucesso no cumprimento das obrigações,  permitem agregar conhecimento para que os mesmos erros não sejam cometidos  novamente.
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