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BC mantém tom duro para ganhar mais liberdade no futuro, dizem analistas
BC reconhece leve melhora dos preços, mas mantém juros altos por mais tempo para consolidar a desinflação
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) manteve a taxa Selic em 15% nesta quarta-feira (5), conforme amplamente esperado pelo mercado financeiro.
Analistas ouvidos pelo CNN Money apontam que, apesar da sinalização de cautela, o tom usado pelo colegiado reconhece a perda de fôlego da inflação. Além disso, a comunicação dá liberdade ao BC para iniciar o corte de juros previsto para o início de 2026.
"Na prática, ele mantém essa estratégia agora para ganhar mais graus de liberdade no futuro, quando houver espaço para iniciar os cortes. É uma mensagem que sinaliza: ainda estamos em transição, e essa firmeza é coerente com isso", afirma Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
O texto do comunicado trouxe alterações sutis, mas positivas, na avaliação da inflação corrente e das perspectivas. O colegiado ainda entende que os índices cheios e subjacentes seguem acima da meta, mas, diferentemente do encontro anterior, reconhece que essas métricas apresentaram “algum arrefecimento”.
Caio Megale, economista-chefe da XP, chama a atenção para o cenário de inflação e da atividade econômica, que mostrou perda de fôlego no segundo trimestre, como pontos que podem reforçar a queda dos juros.
"Assim, em 2026, não será necessário manter o mesmo grau de aperto vigente em 2025", cita.
As projeções do Copom, porém, pouco evoluíram. A estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no horizonte relevante da política monetária — 18 meses, até o segundo trimestre de 2027 — recuou marginalmente de 3,4% para 3,3%, permanecendo acima da meta de 3%.
O Banco Central também ajustou o tom ao reconhecer um cenário econômico ligeiramente mais benigno. O texto substitui a expressão “certa moderação” da atividade por “trajetória de moderação”.
“Ou seja, o BC sabe que os dados melhoraram na margem, mas entende que ainda é cedo, principalmente porque serviços e mercado de trabalho seguem pressionados. Por isso, continua exigindo uma âncora mais forte, mesmo diante dessa melhora”, diz Sung.
No comunicado de setembro, o Comitê afirmava que estava vigilante quanto à suficiência do patamar de 15% para trazer a inflação à meta. Agora, passou a indicar que essa estratégia deverá ser suficiente para convergir os preços ao objetivo.
“Isso reduz bastante a chance de cortes na próxima reunião. Ainda é necessário um período de manutenção para garantir a convergência à meta”, avalia Maria Paolantoni, analista da Nord Investimentos.
Para Marianna Costa, economista-chefe da Mirae Asset, a decisão está em linha com o consenso de mercado, com um viés levemente positivo pela melhora no comportamento da inflação corrente e pelos modelos do BC, que apontam arrefecimento nas expectativas de médio prazo.
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