Notícias
Reforma trabalhista poderá nascer morta
"A reforma precisa garantir dignidade aos trabalhadores e não novas regras para os empresários", afirma especialista
Nos últimos dias, o atual ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e diversos membros da equipe do presidente Michel Temer estão anunciando uma série de propostas que poderão integrar a reforma trabalhista. Não há dúvida de que as intenções do Governo Federal de criar pagamentos proporcionais, aumento de jornada de trabalho, ou novas formas de contratos e contraprestação não irão gerar um só emprego. Portanto, a reforma nascerá morta.
A reforma precisa garantir dignidade aos trabalhadores e não novas regras para os empresários. Logicamente, é preciso equilibrar e tornar a relação empregado-empregador mais justa e perene. Porém, ao apresentar um projeto de reforma com a “proporcionalização” de direitos já garantidos pelos trabalhadores, que não visam melhorar o mercado do trabalho, o atual governo está regredindo socialmente.
Sem dúvida, as leis trabalhistas precisam evoluir e se modernizar. Porém, criar uma jornada de 12 horas, “fatiar” o décimo-terceiro salário e férias e criar contratação por hora significam evolução ou regresso?
A CLT, ao contrário do que se diz, todo tempo vem sendo atualizada no que é pertinente, tanto é que menos de 15% dos artigos constantes em sua parte central possuem redação original, isso sem falar nas leis esparsas que tratam de tantos outros temas.
O caminho escolhido pelo governo não é o correto. Não é através de uma reforma trabalhista, com alterações preocupantes nas relações entre empregado e empregador, que o Governo Federal vai resolver os problemas do desemprego e da economia.
A principal reforma para melhorar e adequar a relação trabalhista é a tributária. É necessário que seja feita uma revisão da carga tributária da contratação de empregados para estimular as empresas a contratarem e formalizarem seus trabalhadores. O problema da relação trabalhista está nos impostos e na carga tributária e não na relação em si.
De outro lado, é sabido por todos que os sindicatos estão bem longe de realizar a efetiva representação dos trabalhadores, isso se deve principalmente a: 1) existência do imposto sindical, tendo em vista que o sindicato recebe independente de realizar qualquer coisa para melhora das condições dos trabalhadores; 2) A ausência de pluralidade sindical, que impede a “real” representatividade, pois se não há competitividade entre sindicatos para que representem os trabalhadores, adicionado ao recebimento de valores via imposto, esse é o melhor dos mundos para que o “não fazer” nas entidades sindicais reine.
asta olhar os instrumentos coletivos dos últimos anos, mesmo de grandes sindicatos, que apenas repetem cláusulas anteriores ou dizem o que a CLT já diz. Isso, no mundo atual, é a maior prova da grande inatividade da maioria dos sindicatos. E, por fim, a infelicidade de necessitar ainda de uma “autorização” do Estado para que o sindicato seja expressamente reconhecido e a anterioridade do registro. Quem deve reconhecer seu sindicato é o trabalhador e não o Estado.
Portanto, a atual equipe de Michel Temer deve redirecionar suas forças para uma reforma nas leis trabalhistas que favoreça ao trabalhador e, consequentemente, a economia, com o aumento de postos de trabalho e geração direta e indireta de emprego. O primeiro passo é reduzir os impostos na contratação de empregados e, depois, pensar na flexibilização de diretos. Flexibilizar não é fatiar e nem diminuir direitos já conquistados.
Links Úteis
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.6936 | 5.6966 |
Euro/Real Brasileiro | 6.4433 | 6.45995 |
Atualizado em: 05/05/2025 00:46 |
Indicadores de inflação
02/2025 | 03/2025 | 04/2025 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 1,00% | -0,50% | |
IGP-M | 1,06% | -0,34% | 0,24% |
INCC-DI | 0,40% | 0,39% | |
INPC (IBGE) | 1,48% | 0,51% | |
IPC (FIPE) | 0,51% | 0,62% | |
IPC (FGV) | 1,18% | 0,44% | |
IPCA (IBGE) | 1,31% | 0,56% | |
IPCA-E (IBGE) | 1,23% | 0,64% | 0,43% |
IVAR (FGV) | 1,81% | -0,31% |