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País atrai multinacionais de informática
Três fabricantes de chips devem chegar ao Brasil neste ano e outra dezena avalia projetos; com isenções, preços tendem a cair
Três anos após dar início a uma política mais  agressiva de incentivos para atrair fabricantes estrangeiros de chips, o  país começa a ver resultados. A coreana Hana Micron está prestes a  começar sua produção no Rio Grande do Sul e duas grandes fabricantes  estão em negociação adiantada. Outra dezena estuda opções, segundo  representantes do governo federal e consultores da iniciativa privada  que atuam nesse mercado.
A indústria de chips (semicondutores) é  vital para a economia. Hoje, quase não há produto eletrônico sem esse  componente. Televisores, celulares e computadores estão entre eles. Os  fabricantes mundiais são poucos e ficam principalmente na Ásia, onde o  custo operacional é baixo.
Uma fábrica de primeira linha exige  investimentos de até R$ 3 bilhões para a produção de pranchas de wafer. O  chip é um recorte minúsculo dessa prancha. Há fábricas que só importam  essas pranchas e se destinam ao corte dos chips. O investimento, nesse  caso, gira em torno de R$ 500 milhões.
O Brasil ainda não conseguiu  convencer um fabricante de primeira linha, como a Intel ou a AMD, a  produzir suas pranchas no país. Tanto a Hana Micron quanto as demais que  estão chegando farão cortes.
Mesmo assim é uma boa notícia, porque  os preços tendem a cair pela metade, considerando somente as isenções  fiscais aos novos entrantes. Entre elas estão Imposto de Importação, PIS  e Cofins sobre máquinas, equipamentos e insumos.
"Isso só para nos  colocar em igualdade com os países asiáticos", diz Marcos Mandacaru,  analista de investimento da Apex (Agência Brasileira de Promoção de  Exportações e Investimentos). Além disso, o governo livra essas empresas  do pagamento do Imposto de Renda até 2020. "Aí é incentivo."
Contas  externas
Há diversos motivos para esse plano federal. Um deles é  aumentar a participação do país na divisão das receitas globais desse  setor, que movimentou US$ 226 bilhões em 2009.
O Brasil girou US$ 10  bilhões, cedendo a maior parte ao exterior porque foi obrigado a  importar chips e outros insumos para abastecer as indústrias de  eletroeletrônicos e as poucas cortadoras de chips no país.
Com o  aquecimento da economia local, as vendas de eletrônicos devem disparar. A  Abinee, associação que representa a indústria eletroeletrônica, estima  que o faturamento saltará dos atuais 4% do PIB (Produto Interno Bruto)  para 7% em 2020. Nesse ritmo, as contas externas correm risco. Segundo a  Abinee, as importações desses itens já superam em US$ 15 bilhões as  exportações, deficit de 1,1% do PIB.
Sem nenhum fabricante instalado  aqui, essa diferença pode chegar a 1,9% do PIB, em 2020. Com o programa  federal de incentivos ao setor de semicondutores, a meta do governo é  reduzir esse deficit para 0,4% do PIB até lá.
Na esteira dessas  mudanças, os distribuidores (empresas que fazem as mercadorias chegarem  às lojas) já planejam movimentar pelo menos mais R$ 1 bilhão por ano em  2014.
"No ano passado, as empresas nacionais investiram em média 2%  de seu faturamento em tecnologia", diz Marcelo Medeiros, diretor-geral  da Ingram Micro, uma das maiores no ramo. "Hoje esse índice é de 6%,  duas vezes superior ao dos países mais maduros. Mesmo com todas as  nossas limitações e barreiras, hoje não há empresa estrangeira que não  esteja pensando em vir para o Brasil."
Novos empreendedores
Essas  perspectivas estão levando até executivos de multinacionais no Brasil a  se tornarem empreendedores, ajudando companhias estrangeiras a se  instalarem no país. É o caso de José Antonio Scodiero, ex-presidente da  AMD, a principal concorrente da americana Intel na fabricação de chips.
Há  um ano e meio, Scodiero deixou o posto para fundar a Fast Company  Brazil. Entre seus clientes que podem aportar no país, constam três  cortadoras de chips, um fabricante de computadores e outro da indústria  de brinquedos de alta tecnologia. "Com minha experiência, posso ajudar  novas empresas a virem para cá. Pelo menos três devem se instalar no  país ainda neste ano."
Mercado de PCs contará até com o retorno da Olivetti
O Brasil  deverá saltar para a terceira posição entre os países com a maior venda  de computadores (PCs, notebooks e netbooks) neste ano. Estimativas  apontam que o mercado interno deverá consumir entre 14 milhões e 16  milhões de unidades. Em 2009, foram quase 12 milhões de computadores  vendidos, garantindo a quarta posição. Esses números levaram a  norte-americana Avatar a desembarcar no país.
A
Folha
apurou que a fabricante irá lançar no país notebooks e netbooks da marca Olivetti, conhecida dos brasileiros no passado pelas máquinas de escrever. A produção dos equipamentos, que será terceirizada, terá início no final do primeiro semestre deste ano. A companhia tem planos de manter uma fábrica própria, mas isso vai depender do sucesso de sua operação.
O objetivo é lançar modelos para as classes A e B. As vendas serão feitas diretamente às redes varejistas, mas também contarão com os distribuidores que já atuam no mercado.
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